| Sabemos que em nossa sociedade a escola representa, juntamente com a família, as principais instituições socializadoras dos indivíduos na medida em que, antes de ser apenas uma instituição %u201Cdivulgadora de conhecimento%u201D, ela representa um espaço de transmissão de valores culturais e éticos que rege o comportamento de seus atores e conduz a dinâmica das relações sociais aí existentes.
Porém, com o aumento de práticas classificadas como violentas, tendo como uma das principais personagens o jovem, como vítima ou agressor, expõe-se um questionamento sobre os princípios das práticas educativas e, mais especificamente, em relação as condutas sociais dos adolescentes que apontam para uma possível crise da autoridade familiar e escolar.
A fim de compreender tal problemática e a possível emergência de um novo padrão de socialização que perpassa tais instituições, foi realizada uma pesquisa comparativa em dois dos maiores colégios públicos de Fortaleza, que se diferem quanto as suas práticas pedagógicas e formas de organização. São eles o Colégio da Polícia Militar do Ceará e o Colégio Justiniano Serpa. Objetivamos compreender a maneira como seus educadores operam, no sentido de transmitir e fazer compreender as categorias respeito, disciplina e controle social no ambiente escolar, mostrando como tais categorias aparecem nos discursos tanto dos professores como dos jovens.
Utilizamos nesta pesquisa, além de entrevistas, mecanismos de coleta de dados que refletissem a opinião dos alunos sobre como as questões ligadas à disciplina, à honra e à violência influenciam suas relações sociais dentro e fora do ambiente escolar. Dessa forma, foram aplicados questionários %u2013 com 46 questões abertas e fechadas %u2013 entre os jovens que cursavam o ensino médio. Nossos dados preliminares revelam que hoje a categoria respeito não perpassa apenas os discursos dos adultos e idosos, havendo também uma luta ou a reivindicação pelo reconhecimento de respeito por parte dos jovens. |