Resumos Aceitos pela PRPPG

III Encontro de Pesquisa

A EPISTEMOLOGIA CLÍNICA E OS CONCEITOS DE NORMAL E PATOLÓGICO EM GEORGES CANGUILHEM

Área: Ciências Humanas
Orientador: Ricardo Lincoln Laranjeira Barrocas
Autor Principal: Kelly Moreira de Albuquerque
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 20  Hora: 10:40  Sala: 17  Local: Física Bloco:924
Identificação: 2.2.05.052
Resumo:
Neste trabalho discute-se sobre os fundamentos epistemológicos da prática clínica médica e psicológica. Tal se fundamenta nas idéias do livro O normal e o patológico de Georges Canguilhem (1904-1995) publicado primeiramente em 1966. Faz-se uma explanação sobre a crítica canguilhemiana da abordagem positivista predominante na medicina do século XIX, mormente daquela do Princípio de Broussais. Esta estabelecia uma identidade entre os fenômenos normais e patológicos, sendo as variações apenas de teor quantitativo. Nessa perspectiva, a doença era concebida como excesso ou falta daquilo que se considerava normal. Num segundo momento, enfatiza-se o conceito canguilhemiano de normatividade de vida como o que oferece inteligibilidade às formulações sobre a saúde, doença, norma e patologia, assim como às diferenças e semelhanças que podem existir aí. Compreende-se assim, que há uma distinção qualitativa entre as eferas do normal e do patológico. Por fim, evidencia-se o papel da clínica na elucidação dos conceitos de patologia e saúde a partir da idéia de que, por implicar uma atividade terapêutica, jamais se formula por conceitos objetivos racionalistas, mas por um fator subjetivo orientado pelo discurso do doente. Afirma-se que existe uma interdependência entre a clínica e a elaboração dos conceitos de saúde e doença, na medida em que ela permite a elucidação de tais conceitos. A ação terapêutica não parte de pressupostos elaborados aprioristicamente. Ela se constrói na e pela atividade clínica. A apropriação teórica que se faz dos conceitos de saúde e doença é tributária desta atividade.