O estudo contribui com o debate acerca das transformações ocorridas no mercado de trabalho brasileiro. A mudança dos padrões de consumo e hábitos da população após a estabilização econômica vem provocando discussões entre pesquisadores, de onde emerge o possível surgimento de uma nova classe média no Brasil. Aliada a isso, a constatação recente de redução das desigualdades de renda tem implicação direta sobre transformações ocorridas na distribuição de ocupações, tanto do lado da oferta quanto da demanda no mercado de trabalho (Barros, 2007). Com base nisso, este trabalho faz uma análise da distribuição ocupacional dos trabalhadores brasileiros. Para tanto, a partir de dados da PNAD, faz uma agregação das diversas categorias ocupacionais em apenas seis, de acordo com a proposta de Vale Silva (1986) e utiliza técnicas de estatísticas descritivas combinadas a modelos econométricos para verificar os determinantes dos rendimentos em cada ocupação. São estimadas equações de rendimentos seguindo a proposta de Mincer (1974) e Heckman (2005), complementado por um modelo de escolha discreta multinomial. Observa-se que, entre 1995 e 2007, houve um decréscimo da renda real média de todas as categorias. Em relação ao crescimento da renda, houve um declínio em algumas, entre estas a categoria que é composta por trabalhadores de alto nível. Por outro lado, cresceram categorias compostas principalmente por trabalhadores rurais e do setor informal. Também se verificou uma expansão educacional em todas as categorias, entretanto, o retorno de um ano de estudo na renda real média destas apresentou um declínio contínuo até o ano de 2005, mas, a partir desse ano, essa tendência se reverte. Em relação aos determinantes da participação dos indivíduos em qualquer categoria, as variáveis anos de estudo, raça e região se mostraram as mais relevantes.
Palavras-Chave: Categorias Ocupacionais, Equações Mincerianas, Modelo Multinomial
A autora agradece ao CNPq pelo financiamento desta pesquisa |