| A pesquisa PRÁTICAS LÚDICAS DE ONTEM E DE HOJE: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO DA MEMÓRIA LÚDICA INTERGERACIONAL assenta sobre duas ordens de inquietações, a saber: a interrogação acerca do papel das práticas lúdicas na constituição da infância e por conseqüência nas práticas educativas e sobre o papel do discurso autobiográfico na formação docente. Tendo em conta que a cultura circunscreve um campo de práticas lúdicas indicadoras de diferentes níveis de mediações societárias, o conhecimento dessas práticas, nas diversas temporalidades, pode fornecer um quadro das mudanças sócio-históricas que definem e justificam as práticas educativas voltadas para a infância. Do mesmo modo, recuperar tais práticas pelo trabalho da memória, na escrita autobiográfica, propiciou um importante momento de formação docente, no qual o sujeito pode integrar, a um só tempo, a dimensão do significado subjetivo e cultural da experiência lúdica. A abordagem metodológica proposta é qualitativa de tipo colaborativo, na medida em que pactua as intencionalidades da pesquisa e da formação. Sendo assim, objetiva-se construir uma cartografia das práticas lúdicas que dê conta das transformações sócio-históricas tal como vivenciadas pelos sujeitos. A comparação intergeracional mostrou que importantes mudanças ocorreram nos modos de brincar, impulsionadas, sobretudo, pela mediação midiática e pelas condições do lócus onde ocorrem as práticas lúdicas. As principais mudanças se fazem sentir na passagem da 2º para a 3º geração e implicam num distanciamento entre adultos e crianças, em que estas últimas, paradoxalmente, cada vez mais têm acesso ao universo adulto. O trabalho autobiográfico, por sua vez, possibilitou a escuta das diferentes vozes que participam do trabalho de formação em conjunção com a memória pessoal, o que otimizou a compreensão das dimensões sócio-culturais implicadas no brincar nas diferentes temporalidades. |