| Os Tapeba são um povo indígena que vive em diversas comunidades do município de Caucaia, estado do Ceará. Sua história vem marcada por diversas lutas de reconhecimento étnico e de demarcação de terra. O presente trabalho visa, numa compreensão inicial, problematizar questões que envolvem a lógica de produção e comercialização do artesanato do grupo, no âmbito da análise marxista de mercadoria. A produção artesanal indígena é uma forma de expressão não só econômica como também simbólica, o que a torna um fator relevante aos estudos das ciências sociais como um todo. Nesta pesquisa o que nos interessa é analisar a forma como, a partir de uma necessidade política, (oriunda da situação de convivência com a sociedade nacional), os índios iniciam participações em projetos de Ongs ou Governos, mudando a lógica tradicional do ponto de vista da produção e comercialização de seus produtos. Dessa forma, o artesanato deixa de ser produzido em quantidade e qualidade visando apenas o que chamaríamos de valor de uso e a produção passa a ser através da perspectiva do valor de troca. Assim, os primeiros resultados foram no sentido de vislumbrar as práticas dos índios sobre as mercadorias, como sujeitos repletos de representações. Através dos trabalhos iniciais de campo pudemos observar a compreensão que os Tapeba desenvolvem sobre si, seu artesanato e sobre as relações de troca estabelecidas na comunidade. Agradecemos à CAPES o apoio para a pesquisa. |