| Tendo em vista a reforma na educação pública pela qual passa o Brasil, buscando uma escola inclusiva, este trabalho pretende apresentar as etapas do desenvolvimento tátil da criança com deficiência visual e apontar diretrizes de como melhor proceder para auxiliar o desenvolvimento desses alunos. Diferente da criança vidente que para se apropriar do sistema de escrita conta com os portadores sociais de texto e outros instrumentos como cartazes, placas, lápis dentre outros, a criança cega não passa com tal naturalidade por essas experiências enriquecedoras, por isso é necessário que o professor faça uso de recursos lúdicos, tendo em vista que o material Braille não é tão atraente para os dedos quanto os livros coloridos são para a visão. Esta pesquisa encontra-se fundamentada principalmente nos trabalhos de Manoel Martin e Salvador Bueno que trazem em uma de suas publicações o desenvolvimento das habilidades cognitivas do deficiente visual. Para entender melhor o assunto, tive a oportunidade de visitar uma instituição que trabalha com esse público, de entrevistar uma professora e assistir duas de suas aulas. Observou-se que o desenvolvimento e a aprendizagem estão diretamente ligados às experiências vividas pelas pessoas, e com os que apresentam deficiência visual não é diferente. A discriminação, habilidade de notar semelhanças e diferenças entre os objetos, e o reconhecimento, capacidade de identificar as coisas e/ou suas possíveis utilidades permitem à criança desenvolver percepções sobre as informações adquiridas através dos sentidos. Conclui-se que o professor alfabetizador deve oferecer ao aluno uma série de opções de materiais e atividades que o levem a experimentar sensações prazerosas e ajudem a compreender a lógica do sistema de escrita. As experiências físicas, o contato com objetos, a interação com adultos e crianças oferecem oportunidades ricas para a aquisição de conhecimento sobre o mundo. |