Resumos Aceitos pela PRPPG

III Encontro de Pesquisa

TRABALHO E EDUCAÇÃO NO COOPERATIVISMO: UMA ANÁLISE DAS EXIGÊNCIAS EDUCACIONAIS IMPOSTAS AO TRABALHADOR COOPERADO A PARTIR DA TEORIA DE GRAMSCI

Área: Ciências Humanas
Orientador: Ana Maria Dorta de Menezes
Autor Principal: Raylene Maria Fonseca da Silva
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 20  Hora: 08:40  Sala: 17  Local: Física Bloco:924
Identificação: 2.2.05.089
Resumo:
Tomando por base a teoria de Gramsci (1989) de que a educação da classe trabalhadora é limitada ao repasse do conhecimento necessário à execução do trabalho manual, e tendo em vista que no cooperativismo os trabalhadores são responsáveis tanto pela execução do trabalho manual como pela gerência da empresa das quais são donos, condição que exige desses trabalhadores a capacidade técnica e dirigente, buscou-se no presente trabalho analisar se essas condições contraditórias se fazem presente nas cooperativas e quais têm sido as implicações decorrentes. Para tanto, realizou-se leitura e análise de bibliografia sobre reestruturação produtiva, cooperativismo e educação, tomando por base, entre outras, as obras de Antunes (2006), Gramsci (1994), Harvey (1994) e Saviani (2007). Constatou-se na fala de autores que trabalham com o cooperativismo ou que pesquisam as questões relacionadas a esse universo, que os trabalhadores cooperativados têm tido muitas dificuldades em responder às exigências técnicas relacionadas à capacidade de dirigente, o que confirma a afirmativa de Gramsci de que a educação dos trabalhadores é limitada ao saber necessário para a realização do trabalho manual. Conclui-se que a lógica do capital é, portanto, profundamente excludente, pois primeiramente não educa o trabalhador para execução de trabalho intelectual, mas apenas para o trabalho manual. Segundo, o "expulsa" da esfera da produção, para então, após ser responsabilizado por sua condição de excluído, esse trabalhador ter de se inserir em espaços informais que ainda lhe exigem o conhecimento que nunca lhe foi dado.