A previsão de recalques é um dos exercícios mais complexos da Geotecnia (Velloso e Lopes, 1996) sendo, portanto, qualquer resultado obtido através de qualquer metodologia, por mais sofisticada que seja, deve ser encarada como uma estimativa. Existem diversos métodos apresentados na literatura, sendo que boa parte admite a fundação rígida. Alguns utilizam os dados de ensaios de cone para a previsão, sendo que podem também usar resultados de ensaios de SPT, correlacionando-os com os de CPT. O método de Schmertmann (1970) é muito utilizado para a estimativa de recalques em solos arenosos, apresentando resultados bastante satisfatórios.
Além destes métodos, atualmente a crescente evolução dos recursos computacionais e a proposição de algoritmos cada vez mais bem elaborados permitiu a retirada da exclusividade acadêmica do Método dos Elementos Finitos na previsão dos recalques, desde que haja dados das características mecânicas dos materiais e uma estatigrafia realista.
Este trabalho apresenta os resultados comparativos de estimativas de recalques utilizando-se o método de Schmertmann, implementado em um programa de Visual Basic, e com a utilização do Método dos Elementos Finitos. Para aferir o desempenho das metodologias foi feita também uma comparação com dados reais de duas provas de carga, no qual o solo é carregado através de uma placa rígida, com medida de deslocamentos da placa em função das cargas aplicadas.
As metodologias de Schmertmann e do Método dos Elementos Finitos apresentaram resultados adequados, sendo que pelo MEF é possível estudar situações mais complexas, envolvendo, inclusive o aspecto importante dos solos quando estão não-saturados que em geral apresentam maior rigidez e maior resistência ao cisalhamento.
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