Resumos Aceitos pela PRPPG

XXIX Encontro de Iniciação Científica

Literatura e denúncia social: questões teóricas

Área: Letras,Lingüística
Orientador: Irenisia Torres de Oliveira
Autor Principal: Anderson Galvão
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 21  Hora: 17:20  Sala: 09  Local: Didático do CC - Bloco:951, 1º andar
Identificação: 2.1.23.008
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo abordar a questão do antagonismo entre literatura engajada e literatura autônoma, no século XX. Metodologicamente, optamos por uma perspectiva analítica, com a apresentação e discussão das posições e contraposições teóricas de autores importantes que participaram do debate. No período do pós 2ª guerra, a função da arte e da literatura entra em foco, devido ao horror pelo qual o mundo havia passado e o aumento da tensão capitalismo versus comunismo. Muitos escritores denunciam as mazelas da humanidade através de suas obras, envolvendo-se então com questões políticas. A esse envolvimento, deu-se o nome de engajamento, o que suscitou o debate entre literatura engajada e literatura autônoma. Para alguns críticos, a literatura deve sim ter uma finalidade e se apresentar como instrumento de denúncia social; para outros, a literatura como arte deve ser autônoma e não servir de instrumento para outros fins. Utilizamos como base, inicialmente, o livro de Benoît Denis Literatura e engajamento de Pascal a Sartre, suas explanações acerca do tema, os diferentes modos de abordagem da literatura, como e onde surgiu a expressão %u201Cliteratura engajada%u201D, suas virtudes e contradições. A partir daí, expomos o pensamento daquele que foi o mentor de toda essa discussão, Jean-Paul Sartre, que via positivamente o engajamento da literatura. Sartre considerava o romance como gênero privilegiado por causa de sua capacidade de mostrar e comentar problemas sociais, tocando na relação entre a literatura e o real e favorecendo uma maior consciência sobre eles, com o intuito de transformar a sociedade. Do outro lado, procuramos expor o pensamento daqueles que foram antagônicos a Sartre, como Theodor Adorno e Roland Barthes tentando estabelecer uma comparação entre eles. As conclusões, portanto, mostram as posições e matizes em torno da capacidade de intervenção direta da literatura na vida política e social.