O mundo está entrando numa fase de mudança sem precedentes. Há muitas evidências do potencial catastrófico das mudanças climáticas e de pressões para atos de mitigação em face das extinções, sem precedentes, de espécies. Expande-se o consenso de que a construção de resiliência em níveis básicos deve estar no centro de movimentos ambientais convergentes de mudança social e de justiça social. A primeira fase deste projeto de pesquisa consistiu na revisão de literatura abordando o tema da psicologia da cidade e sua relação com o meio ambiente a partir do conceito de resiliência comunitária. O intuito foi o de acessar, compilar e compreender o conceito de resiliência comunitária e as formas como este era aplicado nos saberes que compõem as ciências humanas e sociais. Dentre os vários pontos derivados desta primeira etapa metodológica, evidenciamos o caráter ambíguo do conceito de resiliência comunitária quando aplicado ao contexto da transição para uma sociedade pós-carbono: enquanto resiliência possui um significado reativo, de resistir ou abraçar mudanças já em curso, a concepção de transição requisita um viés pró-ativo. A partir desta problemática, recorreu-se à abordagem do Desvio Positivo como suporte epistemológico ao conceito de resiliência comunitária, já que essa abordagem visa solucionar problemas socioambientais com foco nos indivíduos que utilizam os mesmos recursos que o restante da sua comunidade e conseguem encontrar soluções internas, práticas e criativas capazes de mitigar, erradicar ou transformar seus problemas. Na segunda fase da pesquisa, com o apoio da FUNCAP e do CNPq, práticas de Ecoletramentos na Universidade são desenvolvidas com o objetivo de divulgar, a partir do uso da abordagem do Desvio Positivo, práticas exitosas de resiliência comunitária no meio acadêmico, permitindo que estas possam ser iniciadas e adaptadas por outras comunidades e pessoas. |