Nos ecossistemas aquáticos continentais, a água superficial e a água de fundo podem apresentar características físico-químicas distintas. A água de fundo, por está em contato com o sedimento, expressa melhor a concentração de nutrientes presentes no solo. O presente trabalho de pesquisa teve como objetivo comparar algumas variáveis físico-químicas da água subsuperficial da Lagoa da Maraponga (Fortaleza, Ceará, Brasil), com da água de fundo. Foram realizadas três campanhas limnológicas durante os meses de fevereiro e abril de 2010. As coletas de amostras de água ocorriam sempre no mesmo ponto e nos seguintes horários: 10 e 16 h (lagoa estratificada termicamente); 22 e 4 h (lagoa desestratificada termicamente). Utilizou-se um bote inflável para alcançar o ponto de coleta e uma garrafa de Van Dorn de 2 L para obtenção das amostras de água de fundo (2 m de profundidade). Os resultados foram analisados estatisticamente através de análise de variância ao nível de significância de 5%. Apenas no horário inicial de 16 h, a alcalinidade total e a dureza cálcica da água de fundo foram significativamente maiores que aquelas observadas para água de subsuperfície. Nos horários de 22 e 4h, não houve diferença significativa entre o pH da água de fundo e da água sub-superficial. Verificou-se menor condutividade elétrica da água de fundo em relação à subsuperfície. Não se observou diferenças significativas entre as concentrações de amônia e nitrito da água subsuperficial e de fundo. Por outro lado, verificou-se aumento significativo na concentração de fósforo reativo na água de fundo, em relação à água subsuperficial, nos horários de 22 h e 4 h e no horário de 10 h. Concluiu-se que a composição físico-química da água de fundo da Lagoa da Maraponga é afetada pela ocorrência de estratificação térmica da coluna d’água |