| O desgaste dentário é a perda não cariosa de tecido dentário caracterizado por uma etiologia multifatorial tendo como principal fator a interação entre erosão ocasionada por ácidos e forças abrasivas intra-orais. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi analisar a associação da abrasão e erosão ocasionada pelo uso de dentifrício (Colgate Total 12) e bebida ácida (Coca-cola) no esmalte e dentina humanas, através de testes de microdureza (MD) e perfilometria mecânica (PM). Vinte espécimes de dentina radicular e esmalte humanos foram obtidos de terceiros molares e selecionados por microdureza, sendo aleatoriamente divididos em 4 grupos (n=10): G1- apenas erosão em dentina; G2- erosão e abrasão em dentina; G3- apenas erosão em esmalte; G4- erosão e abrasão em esmalte. Cada grupo foi tratado com Coca-cola® por 60 s, seguidos por uma remineralização por 60 min em saliva artificial. Os grupos G2 e G4 foram submetidos a 150 movimentos de escovação. Os ciclos de erosão e abrasão foram repetidos 3 vezes ao dia por um total de cinco dias. Os dados obtidos após os tratamentos foram comparados com o baseline quanto à MD e avaliados quanto ao desgaste (PM). Para cada substrato, os grupos erosionados e erosionados/abrasionados foram comparados utilizando o teste t não-pareado (p<0,05). O desgaste e a perda de dureza dos grupos G3 e G4 apresentaram difernça estatíistica (p<0.0001). Contudo, G1 e G2 não apresentaram diferença entre erosão e erosão/abrasão para desgaste (p=0,30) e para perda de dureza (p=0,62). Dessa forma, podemos observar que seguindo o protocolo utilizado, a erosão aumenta a susceptibilidade do esmalte a abrasão por escovação, contudo a dentina é afetada de forma similar para erosão combinada ou não a abrasão. |