Resumos Aceitos pela PRPPG

XXIX Encontro de Iniciação Científica

A PALEOECOLOGIA DOS DINOSSAUROS DO ARARIPE

Área: Ecologia
Orientador: Paulo Cascon
Autor Principal: Marcos André Fontenele Sales
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 20  Hora: 11:20  Sala: 04  Local: Didático do CC - Bloco:951, Térreo
Identificação: 2.1.10.004
Resumo:
A Bacia Sedimentar do Araripe, localizada no limite entre os estados do Ceará, de Pernambuco e do Piauí, é rica em fósseis de seres vivos que habitaram a região há 110 milhões de anos, principalmente, peixes e pterossauros. Quanto aos dinossauros, considerados raros, reconhece-se a presença de cinco táxons distintos, com quatro espécies descritas: os Spinosauridae Irritator challengeri e Angaturama limai e os celurossauros Santanaraptor placidus e Mirischia asymmetrica, este incluso em Compsognathidae. O fato de todos os táxons pertencerem ao clado Theropoda, formado majoritariamente por predadores, tem sido alvo de proposições ecológicas e até tafonômicas. Assim, o objetivo do presente trabalho é revisar as inferências paleoecológicas sobre os terópodes da Bacia do Araripe, com a proposição de novas hipóteses. Com a suposta ausência de dinossauros herbívoros, muitos autores explicam a riqueza de carnívoros através da predação intraguilda e do excesso de outros recursos tróficos disponíveis. Este estudo distingue dois morfotipos. Os espinossauros eram animais de médio a grande porte com morfologia indicativa de piscivoria, o que é apoiado pelo registro fóssil, com evidências isotópicas sugerindo uma associação forte entre eles e o meio aquático. Pesquisas biomecânicas sustentam a possibilidade de esses animais se alimentarem de outros itens além de peixes, sendo coerente com o achado de uma vértebra de pterossauro com dente de espinossauro nela encravado. Já os celurossauros eram pequenos predadores, podendo ter sido mais florestais, com possíveis incursões ocasionais às margens de corpos d’água. Eles devem ter se alimentado de pequenos vertebrados, como indica os fosseis de compsognatídeos da Europa e China, além de invertebrados e carcaças. O presente trabalho, portanto, propõe a reduzida sobreposição de nicho trófico e espacial como principal explicação para a riqueza de terópodes na Bacia do Araripe.