| INTRODUÇÃO: O perfil da utilização dos serviços de saúde (USS)caracteriza como as desigualdades sociais influenciam no acesso e permite que o poder público promova políticas para minimizar a desigualdade. OBJETIVOS: Descrever a USS e fatores associados. METODOLOGIA: Trata-se de um recorte do inquérito de base populacional realizado em Sobral-CE no ano 2000, sobre as condições de saúde, educação e qualidade de vida das crianças de 5 a 9 anos. A amostra foi de 3.276 crianças. Foram realizadas análises quantitativas descritivas e regressão logística. RESULTADOS: Das crianças participantes, 91,4% tinham cadastro no Programa Saúde da Família e 5,7% plano de saúde. Quando precisavam de atendimento médico, 78,9% procuravam a Unidade de Saúde da Família (USF); 13,4%, hospitais e 3,5%, convênios ou desembolso direto. Conseguiam consultar-se no mesmo dia da procura, 62,8% das crianças. Características como sexo, raça e religião não apresentaram relação significativa com a USS. Indivíduos que residiam na sede do município tiveram 1,8 vezes mais chance de USS que os residentes nos distritos. A posse de eletrodomésticos e de plano de saúde não apresentam associação com o USS, mas o gasto em saúde sim. A proximidade entre domicílio e USF não mostrou diferença, mas a possibilidade de obter a consulta no mesmo dia aumentou a chance da USS em 30%. Quanto à necessidade, indivíduos que tiveram problemas de saúde nos últimos 15 dias apresentam chance 4 vezes maior de USS. DISCUSSÃO: Por outro lado, residir na sede do município, ter gasto mais em saúde, estar vinculado à uma USF com maior acesso funcional, e ter tido um problema de saúde recente, estiveram relacionados à uma maior utilização. CONCLUSÃO: Os resultados mostram que os determinantes sociais proximais não estão associados à USS e parecem indicar que um sistema municipal de saúde baseado na atenção primária e o acesso determinam a USS. Agradecimento a CAPES. |