O estudo teve como objetivo caracterizar o nível cognitivo em população que apresentou acidente vascular encefálico, mediante o Mini-exame do Estado Mental. Estudo transversal, quantitativo, realizado com idosos que participavam de atividades em três unidades de reabilitação e em grupo de centro assistencial da cidade de Fortaleza- Ceará, de janeiro a março de 2010. Coleta de dados por meio de entrevista estruturada, seguindo-se a análise pelo programa Epi Info, versão 3.5.1. No estudo participaram 36 pacientes com idade média de 70,5 anos, sendo 52,8% do sexo feminino; com 5,3 anos de estudo; 50,0% viviam com companheiros. Quanto à situação econômica, ganhavam, em média, 0,86 salários mínimos; 34 idosos moravam com algum familiar (94,4%) e oito (22,2%) eram responsáveis pelo próprio cuidado. Passaram em média por 1,36 episódios do acidente, em um intervalo de tempo médio de 5,54 anos entre os eventos. A seqüela física mais presente (%) foi a hemiparesia e a Hipertensão Arterial Sistêmica teve maior incidência (83,3%); a classe de medicamento em uso mais citado foi de antiagregantes plaquetários (47,2%). Quanto à avaliação pelo Mini-exame do Estado Mental, encontrou-se déficit cognitivo em 52,8% dos avaliados, com escores mais elevados no decorrer do tempo após o evento. Resultados mais comprometidos foram daqueles com apenas quatro a sete anos de estudo. Percebeu-se relação diretamente proporcional entre o número de acidentes vasculares encefálicos e o déficit cognitivo. Destaca-se a necessidade de avaliação cognitiva de pacientes que apresentaram acidente vascular encefálico, antes de iniciar a reabilitação, de forma a identificar o potencial de participação da pessoa na promoção de seu autocuidado e orientar a equipe para o tipo de intervenção passível de ser implementada.
Estudo financiado pelo CNPq mediante recursos financeiros e bolsa de Iniciação Científica.
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