A Síndrome de Stevens-Jonhson (SSJ) é uma forma grave e potencialmente fatal de eritema multiforme bolhoso com acometimento muco-cutâneo disseminado. Vários fármacos podem desencadear esse quadro, principalmente antiinflamatórios não esteroidais, sulfas e anticonvulsivantes. Hipersensibilidade a fenitoína pode ser diagnosticada por teste epicutâneo em 60% dos casos.
Realizar investigação clínico-laboratorial de hipersensibilidade em pacientes do ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC-UFC) que apresentaram reações muco-cutâneas e/ou sistêmicas após exposição a medicamentos.
O acompanhamento do paciente ocorreu através de entrevistas e coleta de dados no prontuário. Foi realizada a análise histopatológica das lesões e o teste epicutâneo com a fenitoína diluída a 10% em vaselina. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do HUWC em 28 de abril de 2008, processo 011.03.08.
Paciente, 62 anos, sexo masculino, utilizou fenitoína 300 mg/dia durante um mês quando foi hospitalizado com quadro de febre, creptações em base pulmonar esquerda, placas eritemato-purpúricas, poupando apenas mãos e pés, além de bolhas e vesículas, mucosite oral, testículos e pênis edemaciados com crostas melicênicas e exsudato. O diagnóstico de SSJ foi confirmado através de exame histopatológico, que evidenciou destacamento da epiderme, diceratose extensa necrose de ceratinócitos e infiltrado linfocitário. O Patch test foi positivo (++) para Fenitoína, com formação de pápula e eritema no local da aplicação, confirmando hipersensibilidade do tipo IV ao respectivo fármaco.
Embora os testes epicutâneos para fármacos não sejam utilizados de rotina, torna-se evidente a importância da disponibilidade dos mesmos na clínica, principalmente em casos graves, como SSJ, nos quais a identificação do fármaco responsável é fundamental para prevenir novas reações.
Apoio financeiro: CAPES
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