| A mulher sempre esteve entre os principais objetos de estudo de Freud. A sexualidade feminina, suas manifestações, o modo como a feminilidade se estrutura e sua ação no psiquismo, são elementos recorrentes na obra freudiana. Suas idéias sobre tema foram evoluindo de acordo com o avanço de sua teoria e com o aperfeiçoamento de suas técnicas terapêuticas.A experiência clínica foi paulatinamente revelando ao fundador da psicanálise os enigmas desejos e características da feminilidade. Ao percorrermos algumas das obras de Freud é possível entender e apreciar a trilha evolutiva de suas concepções. Este trajeto nos da uma prova do valor e da importância das transformações inauguradas em Algumas Conseqüências Psíquicas da Distinção Anatômica Entre os Sexos (1925). Em nossa concepção os pontos de maior relevância são a fase pré-edipiana de ligação com a mãe, os destinos da castração e a diferença entre os complexos de Édipo de meninos e meninas. Estes três pontos foram eleitos por serem as grandes novidades desse período teórico e por concentrarem em torno de si as demais mudanças, tanto aquelas que de fato ocorreram, como também, aquelas que nem mesmo chegaram a ser realizadas. É por sentirmos falta de saltos teóricos e principalmente por considerá-los possíveis e acessíveis ao inquestionavelmente genial Sigmund Freud, que nos propomos a tratar essa problemática. Destarte, investigamos epistemologicamente a incompletude teórica de Freud em relação à feminilidade a partir dos modelos de ciência galiléica e aristotélica definidos e diferenciados por Kurt Lewin. Assim, pesquisamos a dimensão do pensamento galiléico ou aristotélico ao abordar a feminilidade. A metodologia utilizada é a análise de textos. Mediante a revisão bibliográfica das obras de Freud que tratam da feminilidade empreendemos um exame do conteúdo dos mesmos.
. |