| A dengue é a arbovirose mais comum no mundo, sendo responsável por cerca de 500.000 novos casos por ano, e por grandes prejuízos para a saúde pública. Devido ao surgimento de resistência dos insetos aos inseticidas tradicionais, este trabalho objetivou avaliar a atividade tóxica contra diversos estágios de vida do inseto vetor, Ae. aegypti (ovo, larva, pupa), bem como a atividade inibitória de oviposição e repelente contra mosquitos de 4 óleos essenciais de espécies vegetais do gênero Croton (C. zehntneri, C. sonderianus, C. nepetaefolius, C. argyrophyloides) e de Lippia sidoides. Testes de toxicidade contra camundongos também foram realizados a fim de avaliar a segurança desses óleos em mamíferos. Todos os óleos apresentaram atividade ovicida, com valores de IC50 (inibição da eclosão) variando de 66,4 a 143,2 µg.mL%u22121 (L. sidoides e C. sonderianus, respectivamente). A atividade contra larvas e pupas também esteve presente em todos os óleos, com valores de LC50 variando de 25,5 a 94,6 µg.mL%u22121 (L. sidoides e C. argyrophyloides) e de 276,8 a superior a 500 µg.mL%u22121 (L. sidoides e C. nepetaefolius, C. argyrophyloides), respectivamente. A atividade inibitória de oviposição de fêmeas grávidas foi detectada apenas em L. sidoides, C. zehntneri e C. argyrophyloides, com valores de OD50 de 35,3 µg.mL%u22121, 45,3 e 45,8 µg.mL%u22121, respectivamente. Todas as velas a uma concentração de até 5% de óleo, com exceção daquela à base do óleo C. argyrophyloides, apresentaram repelência contra mosquitos fêmea de Ae. aegypti, sendo a vela de L. sidoides a mais eficaz (>78%). A toxicidade via oral contra camundongos mostrou que os óleos de C. sonderianus e C. argyrophyloides são pouco tóxicos (DL50 > 6000 mg.kg-1), enquanto o óleo de C. nepetaefolius é moderadamente tóxico (DL50 3840 mg.kg-1). Tais resultados mostram que esses óleos são fontes promissoras de novas substâncias bioativas, sendo necessários mais estudos quanto à sua utilização e efeitos sobre organismos não-alvo. |