| A construção de um percurso metodológico a ser seguido em uma pesquisa ocorre quase sempre em meio a muitas dúvidas. As combinações de fatores subjetivos e objetivos que se apresentam em uma pesquisa se configuram desde a idéia inicial da pesquisa e impõe rearranjos ao longo do percurso em função da busca de referenciais teórico-metodológicos que dêem conta do objeto de estudo. Os desafios são ainda maiores quando estamos pesquisando no mundo virtual dos jogos eletrônicos, nos quais os sujeitos se apresentam sob a forma de avatares. Este trabalho tem por objetivo refletir sobre os caminhos e possibilidades da realização de uma pesquisa em mundos virtuais cuja questão inicial é: como os avatares possibilitam os modos de ser de seus jogadores. No texto proponho revisitar algumas metanarrativas sobre metodologia de pesquisa, ponderando sobre alguns conceitos cristalizados que a meu ver precisam revisão e discussões no meio acadêmico, principalmente em um momento em que abundam estudos sobre os temas da virtualidade. Parto de pesquisas sobre jogos eletrônicos realizadas por pesquisadores brasileiros a exemplo de: ALVES (2005); GARBIN (2003), MENDES (2006) e MOITA (2007), além de alguns pesquisadores estrangeiros como: KLASTRUP (2003); CASTRONOVA (2006); JUUL (2006) e BOELLSTROFF (2008), que de alguma forma tiveram como foco de interesse os avatares, os jogos eletrônicos e/ou os mundos virtuais. Observa-se que não se trata apenas da transposição de uma metodologia para um novo ambiente. Esse ambiente é multimídia. Nele se inserem textos, fotos e vídeos, de forma que a multiplicidade de arquivos disponíveis é inúmera fazendo com que seja necessário incluir procedimentos específicos de acesso e uso, principalmente no que se refere à confiabilidade da informação. |