Resumos Aceitos pela PRPPG

XXIX Encontro de Iniciação Científica

PERCEPÇÃO SOBRE O TRABALHO NO AGRONEGÓCIO NA REGIÃO DO BAIXO JAGUARIBE: COM A PALAVRA, OS TRABALHADORES

Área: Saúde Coletiva
Orientador: Raquel Maria Rigotto
Autor Principal: Marcelo José Monteiro Ferreira
Co-Autores: Raquel Maria Rigotto
Apresentação: Oral   Dia: 20  Hora: 14:20  Sala: 06  Local: Didático do CC - Bloco:951, 1º andar
Identificação: 2.1.33.007
Resumo:
Introdução: O modelo de desenvolvimento econômico difundido pelo governo federal incentiva a expansão do agronegócio como uma das estratégias para a superação dos problemas no campo. No Ceará, tal política de desenvolvimento ganha força com a divisão do semi-árido nordestino em pólos agroindustriais, que são cinturões econômicos onde se instalaram as empresas do agronegócio. Com o discurso de geração de emprego e renda, de melhoria da qualidade de vida e com a promessa de levarem desenvolvimento para a região, ocupam grandes espaços de terras que são destinadas a produção de monoculturas, tendo o mercado externo como destino final de sua produção. Objetivos: Analisaremos como os trabalhadores da monocultura do melão percebem o trabalho que desempenham nas fazendas do agronegócio, situadas na região do Baixo Jaguaribe. Metodologia: Utilizamos grupos focais com trabalhadores da monocultura do melão. Após a gravação e transcrição das falas, passamos para a análise do discurso utilizando como referencial metodológico a Hermenêutica de Profundidade (HP). De acordo com a HP, a análise de discurso compreende três fases ou procedimentos principais: análise sócio-histórica, análise formal ou discursiva e interpretação/reinterpretação. Resultados: Identificamos diversas situações de exposição dos trabalhadores a riscos ocupacionais, dentre eles o constante contato com agrotóxicos na empresa, a falta de equipamentos de proteção individual, uma extenuante jornada de trabalho que ultrapassa muitas vezes as oito horas por dia, além de queixas de sofrimento por passarem o dia todo expostos ao sol. Conclusão: É preciso que haja um questionamento acerca do tipo de trabalho que é ofertado à população do campo. Trabalhos que potencializam os riscos à saúde devem ser combatidos pelo Estado e não incentivados como sendo promotores do desenvolvimento e da qualidade de vida. Agradeço à CAPES pela minha bolsa de mestrado.