| As lesões bucais podem ter origem de diferentes folhetos embrionários e apresentar aspectos clínicos e imaginológicos, algumas vezes, semelhantes. Dentre as lesões epiteliais, destaca-se o carcinoma espinocelular, uma neoplasia maligna de cavidade bucal de grande prevalência nos serviços de patologia oral. Atinge indivíduos de todas as faixas etárias e é motivo de preocupação do sistema público de saúde, uma vez que o hábito de prevenir ou tratar precocemente nem sempre é observado na população. É objetivo desse trabalho contribuir para a definição de um perfil epidemiológico segundo as variáveis de sexo, localização e idade de câncer de boca diagnosticados em um serviço de referência cearense. Realizou-se um levantamento nos laudos histopatológicos dos prontuários de pacientes oriundos das Disciplinas de Estomatologia, Cirurgia Bucomaxilofacial, Periodontia, Endodontia e Odontopediatria do Curso de Odontologia da FFOE e da Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina - UFC cadastrados no Serviço de Biópsia do Departamento de Patologia e Medicina Legal (FAMED-UFC) no período de 1994 a 2009. Um total de 535 casos de carcinoma espinocelular foram selecionados, estando o sexo masculino com um maior número de casos (n=352) em relação ao feminino (n=183). Ambos os sexos apresentaram um maior acometimento em indivíduos com mais de 60 anos de vida. Segundo a localização, a língua mostrou-se como o sítio anatômico mais acometido nos dois sexos e mais prevalente em pessoas acima de 60 anos de idade. Diante dos resultados, podemos destacar a importância do conhecimento por parte dos cirurgiões-dentistas das lesões mais prevalentes na população para que programas de saúde sejam implementados a populações-alvo, visando a prevenção e o correto diagnóstico do câncer de boca. Agradecimentos: Ao órgão de fomento CNPq pelo apoio para realização desta pesquisa. |