| Contemporaneamente, os processos de construção das subjetividades são cada vez mais permeados pela lógica do mercado que, através da Publicidade, “dita” condutas a serem seguidas de acordo com “estilos de vida” pré-fabricados via Indústria Cultural. Os indivíduos consomem principalmente em função do “valor sígnico” - valor que incorpora aos objetos atributos subjetivos -, passando estes a se diferenciarem a partir das mercadorias que portam. O presente trabalho reflete acerca da Pseudo-individuação forjada através do consumo, bem como dos “novos transtornos” advindos desta lógica consumista, tendo por figura exemplar o comportamento dos compradores compulsivos, analisados a partir do referencial teórico da Escola de Frankfurt. Temos por objetivo compreender os sentidos da “compulsão por compras”, considerando os aspectos sócio-culturais e as novas formas de sofrimento psíquico, na “sociedade de consumo”. Metodologicamente, coletaremos dados na mídia digital e impressa, no grupo de “Devedores Anônimos” e em campanhas publicitárias, analisados através da abordagem “teórico-crítica”. A pesquisa exploratória inicial – já realizada em artigos científicos, revistas e internet- apresentou explicações parciais acerca da “compulsão por compras”, enfatizando, majoritariamente, questões particulares do indivíduo, sem a devida problematização psicossocial e cultural implicadas no fenômeno do consumo. Os resultados parciais demonstram que o consumo está intimamente relacionado aos sentimentos (positivos/negativos) e que o atual sistema financeiro parece funcionar como um “potencializador” para a referida compulsão. Concluímos, portanto, que este comportamento não pode ser analisado unicamente sob uma perspectiva individual e intra-psíquica, mas através de uma análise dos aspectos psicossociais e culturais implicados no referido fenômeno.
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