Introdução: A proteína CagA do H. pylori é injetada nas células gástricas e provoca a fosforilação da tirosina pelos sítios EPIYA, induzindo rearranjo do citoesqueleto, levando a afecções gástricas. O perfil dos sítios EPIYA varia de acordo com a área geográfica.
Objetivo: Caracterizar as cepas de H. pylori, quanto à presença do gene cagA e dos sítios EPIYA e correlacionar a presença desses fatores com o grau de atividade e de inflamação da gastrite crônica.
Metodologia: Foram genotipadas por PCR, 94 cepas advindas de biópsias de pacientes dispépticos submetidos à endoscopia e análise histopatológica no Hospital Universitário Walter Cantídeo. Foi realizado o sequenciamento dos sítios EPIYA das cepas cagA positivas. A análise estatística foi feita usando o chi-quadrado e o teste exato de Fisher pelo SPSS 16.0 for Windows.
Resultados: Foram cagA positivas 82 cepas (87,2%). As cepas cagA positivas foram relacionadas com maior grau de inflamação no antro (p = 0,044) e no corpo (p = 0,008) e atividade neutrofílica no antro (p = 0,008) e no corpo (p = 0,017) na mucosa gástrica dos pacientes estudados. Foi feito o sequenciamento dos sítios de fosforilação EPIYA de 76 cepas, onde 50 cepas (65,8%) tinham sítios EPIYA ABC, 22 (28,9%) tinham EPIYA ABCC e 4 (5,3%) EPIYA ABCCC, não houve significância entre o número de sítios EPIYA e as alterações na mucosa gástrica destes pacientes.
Conclusão: A maioria das cepas estudadas expressaram o gene cagA, e sua presença foi associada à inflamação crônica e a uma maior atividade neutrofílica nas células gástricas. As cepas estudadas expressaram o perfil ocidental de sítios EPIYA-ABC.,com relevante número de cepas com mais de 4 sítios EPIYA. Denotando que as cepas estudadas tem um perfil de maior patogenicidade.
|