Resumos Aceitos pela PRPPG

III Encontro de Pesquisa

ESPAÇO NATURAL E REGIONALISMO EM CANAÃ

Área: Lingüística, Letras e Artes
Orientador: Irenisia Torres de Oliveira
Autor Principal: Francisco Washington Moreira Ribeiro
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 21  Hora: 08:00  Sala: 15  Local: Física Bloco:924
Identificação: 2.2.08.022
Resumo:
A natureza participa do romance Canaã (2005), de Graça Aranha, como muito mais que um recorte decorativo do espaço sobre o qual o protagonista Milkau ou o narrador deitam os olhos. Descrever como o cenário natural participa da construção do espírito nacional, ao passo que se afasta do sentido de civilização burguesa, aproximando a obra de uma tradição comum à literatura regionalista, é tarefa-chave que este trabalho persegue. Persistem nas páginas do primeiro romance de Graça Aranha preocupações que ultrapassam um sentido de literatura que possa sobreviver de pressupostos unicamente estéticos, já que o texto romanesco coloca em cena questões que se firmam em nossas letras desde o Romantismo, na tentativa de delimitar as fronteiras do caráter brasileiro. Buscar tal representação do cultural e do artístico só se torna possível a partir da própria obra, a qual nos conta pela sua forma até onde podemos verificar nesta ficção uma tradição romanesca de preocupações com os rumos da formação nacional. Considerando tais relações, é preciso refletir acerca do valor dos lugares-comuns nos quais o romance tem sido posto, sobretudo, no que concerne aos aspectos naturalistas e impressionistas, classificações que merecem ser revistas quando questionam o sentido humanitário e panteísta do livro. Se há mesmo ambigüidades negativas em Canaã, isto se deve às correntes de idéias que se prendem ao enredo, criando uma estrutura que traz os conteúdos ideológicos diretamente ao primeiro plano, eximindo-os de serem verificados/relativizados pela forma literária.