| O Projeto de Pesquisa “Psicologia Comunitária e os paradigmas da Complexidade e da Libertação”, realizada entre 2008/2010, tem seu desenvolvimento atrelado a pesquisas anteriores do Núcleo de Psicologia Comunitária – NUCOM, que tem buscado compreender de que forma a Psicologia Comunitária se consolida em sua proposta teórica. Hoje, temos pensado a Psicologia Comunitária constituída por diferentes marcos teórico-metodológicos, são eles: Psicologia Histórico-Cultural, Biodança, Educação Libertadora, Psicologia da Libertação e Teoria Rogeriana. Nosso objetivo foi, então, entender como tal confluência epistemológica era possível e mostrava-se tão satisfatória no quefazer do psicólogo comunitário. Para isso, circunscrevemos a Psicologia Comunitária em uma lógica diferente do pensamento unidimensional e mecanicista do paradigma tradicional (Ciência Clássica), e a compreendemos a partir do Pensamento Complexo, que tem Edgar Morin como seu principal proponente. Utilizamos desse autor, principalmente, os princípios sistêmico (permite religar o conhecimento das partes com o conhecimento do todo e vice-versa), dialógico (no encontro de tese e antítese, não é preciso haver síntese, e sim apenas a coexistência das duas ideias) e a lógica dos macroconceitos (a associação de conceitos atômicos que, ao se inter-relacionarem, criam figuras complexas sem desfazer as ideias que os constituíram, mantendo seus núcleos). Assim, passamos a perceber a Psicologia Comunitária como uma práxis que se desenvolve no emaranhado de outras teorias, que não as substitui ou desconsidera, mas as articula em um desenho complexo, que responda de modo contundente a realidade de modo a construir uma teoria e prática de fato consistente e coerente com a complexidade do mundo.
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