| Este trabalho é parte de uma pesquisa em andamento pelo programa de Mestrado em História Social e tem como objetivo analisar a relação entre a Igreja Católica e o cinema em Fortaleza no início do século XX. A partir da criação de salas fixas de cinema, Fortaleza sedimenta uma nova forma de lazer que passa a fazer parte do cotidiano dos habitantes da cidade. Os grupos católicos ligados à imprensa construíram um discurso contra as salas de cinemas no qual responsabilizavam as mesmas pela criação de hábitos considerados impróprios. Além da disseminação desse discurso, esses grupos , tais como o Círculo operário São José e a Ordem dos Capuchinhos criam suas próprias salas de cinemas como forma de usar a mesma tecnologia na instrução correta da população segundo os princípios e códigos de conduta cristã. Logo passam a fazer parte da rede comercial de salas de cinema os cines São José e Pio X, onde eram exibidos filmes considerados apropriados às famílias, além de usar estratégias de comportamento dentro das salas como forma de evitar que as pessoas praticassem ações consideradas indecentes. A pesquisa abordará os anos de 1920-1930 e utiliza como documentos os jornais O Nordeste (1922-1941) e Correio do Ceará, (1920-1930) eram ligados à Arquidiocese de Fortaleza, o jornal O Gazeta de Noticias, e os documentos do Círculo São José localizados no Seminário da Prainha. Na análise investigativa da pesquisa é possível perceber e considerar que as noticias relacionadas às salas de cinema ou aos filmes exibidos na cidade, que eram apresentadas nos jornais de orientação católica, acabavam por serem incorporadas ao discurso dos grupos católicos, visando enaltecer os cines católicos em detrimento das salas convencionais existentes em Fortaleza. |