| Ensaios ecotoxicológicos são ferramentas importantes para avaliar a qualidade das águas e cargas poluidoras de efluentes, uma vez que a análise físico-química é insuficiente para avaliar o risco ambiental à biota aquática dos corpos receptores. Avaliou-se a eficiência de tratamento de ETEs do Ceará, utilizando como bioindicador o microcrustáceo Daphnia magna, a partir de testes de ecotoxicidade aguda e crônica. Foram avaliadas três tecnologias de tratamento de esgoto doméstico, sendo elas: lodos ativados (LA), lagoa facultativa(LF) e lagoa facultativa seguida de lagoa de maturação (LF+LM). O efluente proveniente do tratamento de LF foi avaliado em relação à toxicidade crônica durante 21 dias nas concentrações de 5, 10, 15, 20 e 30%. Foram avaliados os parâmetros longevidade, fecundidade e crescimento. Os testes de toxicidade aguda realizados com os efluentes da LA e LF+LM não apresentaram toxicidade. Entretanto, os testes de toxicidade aguda realizados no sistema de tratamento LF indicaram uma eficiência de remoção de compostos tóxicos de apenas 20%, fornecendo um CE50,48h do efluente final de 52%, ou seja, moderadamente tóxica. Quanto ao teste crônico não houve mortalidade de organismos adultos no controle, sendo que nas concentrações de 5% e 20% ocorreram, respectivamente, 10% e 20% de mortalidade. Houve uma maior fecundidade nas concentrações em relação ao controle, o que ser atribuído à presença de algas na amostra. O crescimento dos organismos adultos não apresentou diferença significativa, sendo observado em todas as diluições das amostras, malformações como a ruptura da carapaça. A partir dos resultados obtidos nos testes de toxicidade aguda as ETEs utilizando a tecnologia de LA e LF+LM apresentaram remoção eficiente dos compostos tóxicos. Em relação ao teste crônico pode-se concluir que o efluente proveniente do tratamento de LF apresenta um risco potencial, a longo prazo, aos corpos receptores. |