Na segunda metade do século XX, Fortaleza, assim como as outras capitais do Brasil, apresentou um rápido crescimento demográfico ocasionado pelo aceleramento das migrações campo-cidade. Este, por sua vez, veio a agravar o problema de déficit habitacional no país, motivando a construção de grandes conjuntos habitacionais espacialmente planejados, dentre eles o Conjunto Habitacional Prefeito José Walter, objeto de nosso estudo.
Em 1970, ano que o Conjunto foi criado, Fortaleza contava com 1.036.779 destes 335.438 não haviam nascido em Fortaleza, ou seja, eram migrantes. É natural que exatamente pessoas pertencentes a esse grupo tenham se interessado em pleitear uma casa no Conjunto da Sétima Cidade - como foi chamado inicialmente o Conjunto Habitacional Prefeito José Walter - visto que não tinham casa própria e a mensalidade do financiamento era menor que o valor de um aluguel.
A pesquisa visa perceber as experiências desses moradores através de suas histórias de vida e como eles vão se utilizar desse conhecimento para reinventar o seu modo de vida dentro do novo espaço, bem como, para solucionar os problemas que o conjunto habitacional recém criado possuía. Como exemplos, citamos a construção de poços artesanais na tentativa de amenizar a falta de água e a plantação de ervas medicinais devido a, carestia e a insuficiência de remédios, destacando que esses hábitos constituíam anteriormente o modo de vida de muitos desses moradores.
Para composição da dissertação, dialogamos com sociólogos, geógrafos e historiadores estudiosos do tema. Como fontes, utilizamos as fontes orais, oriundas de entrevistas com os primeiros moradores e as fontes escritas, sobretudo jornais, procurando realizar um cruzamento entre elas respeitando suas respectivas metodologias.
Aproveitamos a oportunidade para agradecer a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES - pelo financiamento da pesquisa.
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