Resumos Aceitos pela PRPPG

III Encontro de Pesquisa

O MUNDO DO ESPÍRITO ALIENADO DE SI: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO SEXTO DA FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO, DE HEGEL

Área: Ciências Humanas
Orientador: Konrad Christoph Utz
Autor Principal: Maria Ivonilda da Silva Martins
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 20  Hora: 15:00  Sala: 15  Local: Física Bloco:924
Identificação: 2.2.05.012
Resumo:
Na obra Fenomenologia do Espírito (1806), Hegel pretende descrever a experiência da consciência até o momento em que ela passa a se tornar ciência. Alguns intérpretes defendem que Hegel, ao articular o seu pensamento na Fenomenologia, inscreve o Espírito nesse processo por perceber que essa experiência em determinado momento torna-se concreta, histórica, e não apenas referente ao domínio da consciência individual. Essa interpretação dá margem a uma série de conseqüências teóricas, mas também abre espaço para uma releitura de elementos que são colocados como “pressupostos”, isto é, “dados” nas obras hegelianas da maturidade, mas que já são trabalhados em suas obras de juventude, em especial a Fenomenologia, que é considerada por muitos como uma propedêutica ao sistema. Esta comunicação visa avaliar a seção B do Capítulo VI da obra em questão, intitulada “O espírito alienado de si mesmo”, e que tem por objeto um desses elementos, que, por sinal, é raramente discutido, a formação cultural. De um modo geral, neste texto o autor se detém na análise do papel da alienação enquanto elemento fundamental na superação da figura do espírito anterior - o “Estado de Direito” - no qual as pessoas eram reconhecidas simplesmente pelo fato de serem algo, e não por realizarem algo no mundo. Além disto, o autor desenvolve uma crítica a algumas posturas que legitimam a consciência falha dos indivíduos, que constroem e operaram no mundo da cultura, mas que a ele se opõem, não reconhecendo, assim, a importância da formação. Assumir a argumentação de Hegel como verdadeira implica admitir que o sujeito não deve ser tomado apenas em sua simples imediatez, mas pertencente a uma realidade marcada pelo signo da alienação.