Resumos Aceitos pela PRPPG

III Encontro de Pesquisa

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO LIVRE E ESCRAVO EM FORTALEZA (1871-1888)

Área: Ciências Humanas
Orientador: Franck Pierre Gilbert Ribard
Autor Principal: Juliana Magalhães Linhares
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 20  Hora: 15:00  Sala: 14  Local: Física Bloco:924
Identificação: 2.2.05.068
Resumo:
O objetivo central desta pesquisa é refletir acerca da questão mão-de-obra na capital do Ceará no período que se estende entre 1871 e 1888. A extinção gradual da escravidão acontecia em paralelo a um processo de organização do mercado de trabalho livre. Às autoridades cabia o papel de manter e coagir a população ao trabalho através de estratégias que possuíam caráter oficial a partir de leis, códigos de posturas e um forte discurso moralizante por parte da sociedade. Ao ganhar novos contornos a idéia de trabalho se desliga do mundo da escravidão e assume papel disciplinador significativo nos vários setores da sociedade, principalmente na camada subalterna. Algumas relações de trabalho passam a ser regulamentadas e os contratos tornam-se comuns. No entanto a principal característica das relações de trabalho em Fortaleza no final do séc. XIX continua ser a relação de dependência que havia entre senhores/escravos e patrões/empregados. Com enfoque no estudo da mão-de-obra notamos que diversos ofícios e ocupações surgiram e se intensificaram com o crescimento da cidade, onde se destacam os jornaleiros, carregadores, entregadores dentre outros. Grande parte desse mercado de trabalho era composto, sobretudo por mulheres pobres, algumas ex-escravas que trabalhavam como criadas, lavadeiras, cozinheiras, costureiras e prostitutas compondo a camada mais baixa na hierarquia do trabalho. Sociabilidade, condições de vida e semelhanças nas relações de trabalho são fatores que levam a questionar o significado de liberdade de trabalho em Fortaleza nesse período. O serviço doméstico aparece como um dos ofícios mais praticados por escravos e pobres livres, sobretudo se considerarmos como a principal forma de inserção de libertos e ex-escravos no mercado de trabalho, sendo um caminho possível para pensar sobre as condições de vida destes trabalhadores independente de condição social. Agradeço a FUNCAP elo financiamento da pesquisa.0