| Esta apresentação é resultado de pesquisa desenvolvida com o objetivo de, tomando os shows de rock Metal, sob a perspectiva dos rituais, procurar identificar e compreender as diferentes linguagens que ordenam e expressam as cosmologias (partes que em conjunto formam um todo dotado de sentidos de acordo com o contexto no qual estão inseridos, Tambiah, 1985) que configuram os referidos shows em determinados espaços na cidade. Do ponto de vista dos rituais, os shows são algo ordenado, sistemático, cuja lógica obedece a certos princípios em sintonia com o universo do Rock e o contexto social. Apresentam-se como um momento de encontros, trocas simbólicas e materiais, circulação e efetivação de espaços de diferenciação das atividades cotidianas e onde se compartilha assuntos de interesses comuns no que se referem a bandas, músicos, instrumentos, revelando os mecanismos de aceitação e de conflitos inerentes ao universo no qual os participantes organizados como banda ou platéia estão inseridos. Os shows são protagonizados por grupos juvenis - metaleiros/metalheads/headbangers - cujo significado é batedores de cabeça. O interesse por esse campo empírico advém de minhas experiências com pesquisa desde 2002. Os caminhos traçados por esta pesquisa se utilizaram da observação de palco e platéia, entrevistas realizadas entre os jovens “metaleiros”, sites, jornais e revistas referentes aos shows. |