Com o aumento da produção de biodiesel para atender à legislação, ocorrerá um aumento considerável da geração de glicerol, um resíduo originado do processo de transesterificação dos óleos vegetais e animais. Apesar de ser muito utilizado na biossíntese de outros compostos químicos, este glicerol possui algumas impurezas que encarece seu processamento industrial e podem interferir na sua biodegradabilidade. Buscando encontrar novos usos para este resíduo, a Embrapa Agroindústria Tropical desenvolve um sistema de reaproveitamento do glicerol bruto para a produção de metano e energia através de reatores anaeróbios de manta de lodo e fluxo ascendente (UASB – Upflow Anaerobic Sludge Blanket) em escala de laboratório. O teste de toxicidade anaeróbia devida ao glicerol foi realizado através de ensaios baseados no teste de Atividade Metanogênica Específica (AME), modificando-se apenas o substrato utilizado. Para este teste, varia-se a concentração do suposto tóxico (glicerol) em substituição ao substrato ideal (neste caso, glicose), mantendo-se a mesma concentração de DQO nos frascos. No teste, mede-se a produção de metano a partir do substrato (glicose com ou sem glicerol) quando este é colocado em contato com uma determinada massa de lodo anaeróbio, sob condições previamente escolhidas e estáveis. A medição desse biogás é feita diariamente, por gravimetria, sendo monitorada através de garrafas de Mariotte preenchidas com solução de NaOH (5%m/m). A AME máxima encontrada foi de 1,2kgDQO/kgSV.d. No entanto ao se utilizar glicerol como substrato, a atividade metanogênica foi reduzida à 0,6kgDQO/kgSV.d, indicando uma toxicidade, que pode ser devida à aos cloretos e ácidos graxos de cadeia longa, sub-produtos do processamento do biodiesel. |