| O ambiente estuarino é reconhecidamente um ambiente de aporte de nutrientes e de grande sazonalidade. Estudos microbiológicos são necessários para caracterização desses ambientes quanto ao aporte de águas contaminadas de diferentes fontes. O gênero Vibrio é encontrado naturalmente em águas estuarinas e/ou marinhas, sendo relatado em inúmeros trabalhos científicos cepas resistentes a antimicrobianos utilizados, rotineiramente, no tratamento médico. Foram selecionadas setenta cepas de Vibrio oriundos de amostras de água e sedimento de três pontos do estuário do Rio Acaraú, litoral Oeste do Ceará, Brasil, da bacterioteca do Laboratório de Microbiologia Ambiental e do Pescado (Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará – LABOMAR-UFC) para antibiograma. Os antimicrobianos testados foram: ácido nalidíxico (NAL), ampicilina (AMP), aztreonam (ATM), cefalotina (CFL), ciprofloxacin (CIP), cloranfenicol (CLO), ceftriaxona (CTX), estreptomicina (EST), gentamicina (GEN), oxitetraciclina (OTC), penicilina (PEN), sulfazotrim (SUT) e tetraciclina (TET). Todos os isolados de Vibrio foram susceptíveis à CIP, GEN, NAL e SUT. Foi detectada resistência a AMP (37,15%), a ATM (4,28%), a CFL (37,15%), a CLO (1,43%), a OTC (11,43%), PEN (67,24%) e a TET (8,57%). As cepas resistentes (n=58) 44,83% a AMP, 5,17% a ATM, 44,83% a CFL, 15,52% a OTC, 81,03% a PEN e 10,34% a TET. foram submetidas à cura do plasmídeo pelo agente curagênico acridine Orange. Foi verificada resistência plasmidial em 36,21% das cepas resistentes a AMP, 5,17% a ATM, 37,93% a CFL, 13,79% a OTC, 53,45% a PEN e 6,90% a TET. As cepas apresentaram resistência moderada aos antimicrobianos testados, embora que na maioria tenha sido confirmada aquelas de origem plasmidial. |