| Alguns temas são tão envoltos por mistérios que escapam à razão humana e são, assim, mais passíveis de questionamentos e proposições, tal como se configura no caso da morte. Essa temática tem registros freqüentes em textos literários, e, como tal, vem a nos interessar neste trabalho. Aqui, investiga-se o referido tema o qual se relaciona ao fenômeno da infância na obra da escritora Adélia Prado. O trabalho tem por objetivo mostrar como se configuram na memória as impressões da criança acerca da morte, comparando a visão de duas personagens de Adélia nos livros Quero Minha Mãe (2006) e Quando Eu Era Pequena (2009). A primeira personagem é adulta e conta as recordações da sua infância, tendo a morte como um trauma, enquanto a segunda fala da sua meninice ainda criança e apresenta uma visão romântica da morte. A análise será efetuada à luz das filosofias de Bergson (1990) e Bachelard (2006) acerca da memória. O corpus da pesquisa foi analisado a partir de leituras e de fichamentos, assim como o aparato teórico, em seguida realizou-se a redação do trabalho. A partir da análise feita, verificou-se que há uma discrepância em observar o mesmo fenômeno em idades distintas. Enquanto a criança tem uma visão amena, ingênua e até romântica da morte; para o adulto, as lembranças da infância perdem o romantismo e a ingenuidade e a morte passa a ser traumatizante. Desse modo, alcançaram-se os resultados esperados. A pesquisa foi financiada pelo CNPq, órgão ao qual se encaminham os agradecimentos |