Resumos Aceitos pela PRPPG

III Encontro de Pesquisa

DO “POBRE DE CRISTO” AO “VADIO” MODERNO: REPRESENTAÇÕES DO POBRE NA LITERATURA BRASILEIRA DO SÉCULO XIX E XX- LIMA BARRETO, RAQUEL DE QUEIROZ E ALOÍZIO AZEVEDO.

Área: Ciências Humanas
Orientador: Isabelle Braz Peixoto da Silva
Autor Principal: Ryanne Freire Monteiro Bahia
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 20  Hora: 15:00  Sala: 16  Local: Física Bloco:924
Identificação: 2.2.05.011
Resumo:
A problemática deste artigo gira em torno decomo os intelectuais podem trabalhar para os pobres. A pobreza sob o viés que pretendemos abordar não se restringe a um aspecto econômico e nem pode ser somente medida através das estatísticas oficiais. Trata-se de um “modo de vida”, envolto em uma teia de significações que perpassam as auto-imagens e as representações sociais do imaginário coletivo. Nossa proposta é observar como os intelectuais dos séculos XIX e início do XX representaram o pobre através da literatura. Esse estudo se justifica tendo em vista a necessidade de desnaturalizarmos a questão da distinção social e do estigma. Temos como objetivo analisar a representação social dos pobres em obras clássicas da literatura em meados do século XIX e início de século XX, bem como categorizar os construtos simbólicos que constituem a imagem do pobre nos romances O Cortiço, de Aloízio Azevedo, Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto e O Quinze, de Raquel de Queiroz; de modo mais específico, almejamos contextualizar historicamente as referidas obras e seus respectivos autores, buscando perceber sua conexão social, para isso, nos apoiamos nos estudos de Bourdieu, Norbert Elias e Erving Goffman. Metodologicamente, seguimos a linha do racionalismo crítico para guiar nossas análises. A concepção literária adotada neste trabalho é a perspectiva mediadora. Que seria um meio termo entre a visão materialista e a estética, ou idealista. Ela admite a criatividade do autor, a inventividade, mas permeada por idéias, sentimentos e questões relativas a um contexto de produção que é social e histórico. À guisa de uma conclusão, é possível afirmar que o pobre é representado por ,pelo menos, duas correntes interpretativas : a de vítima da estrutura social, e a de sujeito responsável por seu estado de pobreza. Em ambos os casos são revelados traços de uma representação colonialista. Agradecimentos ao CNPq .