| A busca por energias alternativas oriundas de fontes não renováveis tem despertado atenção de pesquisadores para a produção de biodiesel, um combustível que tem por matéria prima plantas oleaginosas ou produtos de origem animal. No Ceará, o biodiesel é obtido principalmente a partir da mamona. Para estimular a sua produção o governo estadual implementou o Programa Biodiesel do Ceará - PBC argumentando que o biodiesel, será o petróleo do semi-árido nordestino. Para que tal intenção se concretize, no entanto, é necessário garantir a produção de mamona de modo a atender uma provável elevação da demanda. Assim, este estudo teve por objetivo analisar o comportamento dos indicadores agrícolas associados ao cultivo de mamona no Ceará. Deste modo pretendeu-se ressaltar a necessidade de um maior apoio à ricinocultura cearense, caso se espere resultados positivos com o PBC. Foram utilizados dados secundários obtidos junto ao IBGE e IPECE – Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Estado do Ceará, entre outros órgãos de pesquisa. Estes dados corresponderam aos indicadores: produção agrícola, área plantada, área colhida e produtividade da mamona no período 1990 a 2007. Os principais resultados apontaram que houve aumento nos indicadores: área colhida, área plantada e produção de mamona. No entanto, a produtividade sofreu queda, especialmente nos anos 2007 e 2008, quando deu-se início a implementação do PBC. Estes resultados sugerem que o PBC estimula a produção de mamona entre os agricultores que, por sua vez, aumentam a produção por meio de uma expansão das áreas destinadas à mamona. Porém, a falta de conhecimentos sobre o manejo da cultura, ou seja, práticas agrícolas inadequadas, aliada à carência de assistência técnica refletem em resultados pífios em termos de rendimento. Este cenário constitui-se uma ameaça à oferta contínua de matéria-prima para a produção de biodiesel no Ceará.
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