| A cera de carnaúba é utilizada em indústrias alimentícias, farmacêuticas, de cosméticos, etc. Apesar de ser uma matéria-prima de grande importância para o Brasil, pouco se conhece da sua composição química, a carência de informações ainda é mais acentuada quando se trata de constituintes inorgânicos. Assim, neste trabalho foi desenvolvido um procedimento de decomposição de amostras de cera de carnaúba utilizando digestão assistida por microondas em sistema fechado. Foram utilizadas amostras de cera de carnaúba dos tipos 1, 3 e 4 de cinco diferentes produtores, perfazendo um conjunto de 17 amostras. As amostras foram maceradas empregando almofariz e pistilo e, em seguida, digeridas em forno de microondas sob pressão utilizando uma mistura de HNO3 (65% mV-1) e H2O2 (30% m V-1). Os elementos Al, Ca, Cd, Pb, Co, Cu, Fe, Mg. Mn, Ni, K, Na e Zn foram determinados por ICP OES (n = 3). Os teores, em ?g g-1, foram Fe, 6,3 ± 0,6; Al, 3,3 ± 1,1; Ca, 10,2 ± 0,4 para cera tipo 1, os quais apresentaram teores inferiores aos observados para os demais tipos de cera. De acordo com esses resultados foi realizado um estudo de Análise de Componentes Principais (PCA do inglês, Principal Component Analisis), no qual foi possível observar uma segregação dos resultados em dois grupos distintos, um contendo as ceras do tipo T1 e outro com as ceras do tipo T3 e T4. Isso indica que o teor dos elementos estudados pode ser um fator importante para diferenciar o tipo de cera, tendo em vista que atualmente é feito apenas pelo método visual, de acordo com a coloração do produto. Desta forma, este estudo pode indicar que o teor de íons metálicos pode ser o fator determinante na caracterização da cera de carnaúba, porém um estudo envolvendo uma maior amostragem do produto acabado e a avaliação da cera ao longo do processo de beneficiamento são necessárias para melhor esclarecimento desta hipótese. |