O abrasamento é um modelo experimental de epilepsia progressiva, sendo o abrasamento por nicotina (NIC) ainda pouco estudado. Objetivou-se determinar o desenvolvimento do abrasamento induzido por nicotina em ratos adolescentes e verificar a participação da peroxidação lipídica neste processo. Ratos machos periadolescentes, 35-37 dias (50-60g), foram tratados com NIC 1, 1,5, 2,0 e 2,3 mg/kg, i.p. por 4 semanas e submetidos à avaliação da atividade convulsivante pela escala de Racine (1972) durante 15 min após a administração da NIC. Os animais controle (C) receberam salina. Trinta min após a última administração de NIC o córtex pré-frontal (CPF), hipocampo (HC) e núcleos da base (NB) dos animais foi dissecado e determinado os níveis de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS). A análise estatística foi feita por ANOVA com teste de Tukey’s (p<0,05). A administração repetida de NIC 2 e 2,3 mg/kg durante 4 semanas causou convulsões de estágio 5 com clonias de membros anteriores e posteriores e perda do controle postural, os animais passaram do estágio 3 (início do tratamento) para o estágio 5 (final do tratamento) da referida escala. O tratamento com NIC2 causou a morte de 2 animais, enquanto com a outra dose (2,3), 3 animais morreram. Os animais tratados com as doses de 2 ou 2,3 mg/kg apresentaram aumento significativo, maior que 200% nos níveis de TBARS no hipocampo (C- 0,03524± 0,001073; NIC 2- 0,1368± 0,01492; NIC 2,3 - 0,1109± 0,01970). Em conclusão a melhor dose para a indução do abrasamento por NIC em ratos periadolescentes é a de 2mg/kg durante 4 semanas, pois foi a dose que causou convulsões com menor mortalidade dos animais. O mecanismo para a indução deste comportamento parece estar associado ao aumento da peroxidação lipídica especificamente no hipocampo. |