| Objetivo: Avaliar os efeitos da administração materna de corticosteróide sobre a morfometria intestinal de fetos de ratos com gastrosquise. Métodos: Ratos Wistar foram acasalados, considerando o dia zero da gravidez, o dia seguinte à presença de espermatozóides no esfregaço vaginal. No dia 18,5 de gestação, alguns fetos foram submetidos a gastrosquise experimental (grupo gastrosquise) e outros apenas a compressão do abdome(grupo sham). O terceiro grupo (controle) não foi manipulado. No dia da intervenção e nos dois subseqüentes, um subgrupo de ratas recebeu dexametasona (DEXA; 0,4mg/Kg intraperitoneal). Com 21,5 dias de gestação, foi realizada a coleta dos dados, com análise do peso corporal e intestinal [(PC) e (PI)], comprimento intestinal (CI) e as relações PI/PC, PC-PI e PI/CI. Dados expressos como média ± erro padrão da média (EPM) e realizados testes ANOVA e Tukey. Diferenças foram significantes se p<0,05. Resultados: Após avaliação de um total de 37 fetos, observou-se que a DEXA não promoveu alterações morfométricas no intestino normal. Não foram observadas diferenças PC dos fetos entre os grupos. Nas ratas sem tratamento, houve tendência à redução do PI na gastrosquise comparado ao grupo controle (0,20±0,02 vs. 0,16±0,01; p>0,05), dado não observado nos grupos tratados com DEXA. A DEXA foi capaz de prevenir a redução do CI (169,8±5,5 vs. 193,6±4.4 e 180,8±5,8) que, por outro lado, foi significativa nos fetos com gastrosquise comparados aos grupos controle e sham, sem tratamento (152,4±7,08 vs. 215,20±3,5 e 198,6±6,4; p<0,001). Também, não se observou diferença na relação PI/CI entre os animais tratados com DEXA. As relações PC-PI e PI/PC não apresentaram diferenças entre os grupos. Conclusões: A administração materna de corticóide em fetos submetidos à gastrosquise experimental previne alterações morfométricas intestinais observadas na referida lesão.
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