| O trabalho tem como objetivo problematizar as narrativas de dois autores britânicos que percorreram o interior das províncias do norte na primeira metade do século XIX, mais notadamente o inglês Henry Koster, que percorreu as províncias em 1809-10, e o escocês George Gardner, cujas narrativas foram elaboradas a partir das viagens empreendidas entre 1836 e 1841. Nesse sentido, num primeiro momento, visa-se perceber as relações que se estabelecem entre natureza e cultura representadas nesses relatos e nessas narrativas, principalmente no que diz respeito às influências românticas e o sentido exercido por essa influência, que acaba por se imiscuir na própria elaboração da narrativa e no desencadeamento das análises “científicas”. Ainda objetiva-se problematizar o olhar do viajante sobre a paisagem e sobre o homem do “interior do Brasil”, da mesma forma, o trabalho também visa perceber as nuances que dizem respeito aos debates propriamente científicos do final do século XVIII e início do século XIX, que percorrem toda a narrativa de tais viajantes. Por fim, ainda se pretende perceber os rastros deixados pelos autores, as figurações que se utilizam em seus discursos e as alegorias que povoam seus relatos. Como resultados parciais da pesquisa, além dos conflitos tácitos que é possível se observar no que diz respeito ao ato de nomear e com o contato que se torna cada vez mais constante entre os exploradores e naturalistas e os ditos “nativos”, e da mesma forma capacita-nos a refletir acerca das experiências entre os homens e natureza a partir da reflexão histórica. |