Resumos Aceitos pela PRPPG

III Encontro de Pesquisa

A CRÍTICA DE PLATÃO À ESCRITA E SUA PREFERÊNCIA PELA ORALIDADE DIALÓGICA

Área: Ciências Humanas
Orientador: Jose Carlos Silva de Almeida
Autor Principal: Reginaldo Ferreira Rodrigues
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 20  Hora: 17:20  Sala: 14  Local: Física Bloco:924
Identificação: 2.2.05.029
Resumo:
O presente painel objetiva mostrar o resultado parcial de uma pesquisa que está sendo realizada sobre o Fedro de Platão. Nossa análise busca entender os motivos que levaram o filósofo a fazer uma crítica severa à escrita filosófica. Para tanto, foi necessário buscar uma linha interpretativa que nos auxiliasse na pesquisa, visto que o debate atual em torno da presente questão não é consensual entre os intérpretes de Platão. Pois há toda uma tradição que afirma ter Platão uma doutrina secreta, reservada apenas aos seus ouvintes da Academia, e que a mesma não estaria contida em seus Diálogos. Tal tese é defendida e bem conhecida aqui no Brasil, pelos escritos de Giovanni Reale. O mesmo aponta ser necessário um novo paradigma para a interpretação de Platão. Nossa escolha recaiu sobre Franco Trabattoni, um platonista contemporâneo. Partiu-se então para a leitura e fichamento de sua obra, Oralidade e escrita em Platão, assim como da publicação de Delmar Cardoso, intitulada A alma como centro do filosofar: uma leitura do Fedro à luz da interpretação de Franco Trabattoni, e do trabalho de pesquisa de Sérgio Sardi, intitulado Diálogo e Dialética em Platão. As conclusões parciais a que chegamos foram de que a crítica feita ao escrito contida no Fedro, não significa uma condenação total à escrita em si mesma, mas que a forma por excelência da comunicação filosófica para Platão, é a oralidade, o diálogo vivo. Após as leituras dos textos citados acima, constatamos à luz da interpretação de Trabattoni que não haveria motivo para que Platão negasse o saber ou uma doutrina. Mas que o mesmo concebia a filosofia como diálogo, ou seja, forma e conteúdo não podem ser pensados de forma separada na filosofia de Platão. Tudo é dialógico em Platão, até mesmo a estrutura do pensamento.