Resumos Aceitos pela PRPPG

XXIX Encontro de Iniciação Científica

ANÁLISE HISTÓRICA DAS PROTAGONISTAS EM IRACEMA E MALINCHE

Área: Letras,Lingüística
Orientador: Marcelo Almeida Peloggio
Autor Principal: Ana Clara Vieira Fernandes
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 21  Hora: 08:00  Sala: 11  Local: Didático do CC - Bloco:951, 1º andar
Identificação: 2.1.23.022
Resumo:
A partir das leituras das obras Iracema, do romancista brasileiro José de Alencar, e Malinche, da escritora mexicana Laura Esquivel, observa-se a existência de dois perfis femininos que foram e são fundamentais na construção ideológica da identidade cultural do povo brasileiro e mexicano. Este artigo pretende trabalhar o aspecto histórico das personagens, como se deram suas transformações de personagens míticas a personagens históricas dentro da literatura. Com Malinche, Esquivel fez brotar uma obra histórica hispano-americana sob olhares modernos e conciliadores, procurando levantar reflexões que possam trazer uma nova visão, através da reconstrução da história e da imaginação, sobre aquela que foi acusada, durante séculos, de haver traído sua cultura, abandonado seu povo e de tê-lo deixado à mercê do invasor. Na obra de Alencar, assim como em Malinche, observa-se um resgate dos valores nacionais através do entendimento de suas nacionalidades mestiças, marcadas pela antropofagia cultural, onde culturas existentes se fundem, num movimento dialético, para formar uma nova cultura, uma cultura híbrida em busca de sua identidade. Com o auxílio de textos de literatura crítica, de autores como Antônio Cândido, Octávio Paz e Lúcia Helena, conclui-se que, para transformá-las em personagens históricas, só houve um meio pelo qual Alencar e Esquivel trouxeram a harmonia mítica de volta, e esse meio, foi a morte. Morte como forma de redenção, de retorno ao equilíbrio com a natureza, que para Iracema e Malinche significa o equilíbrio com sua própria condição de estar no mundo. Dessa forma, a pureza original, só pode ser “revivida” sob novos moldes, outra forma de vida, que impliquem no abandono do corpo. Pois, este corpo que entrou em contato com as dores e indagações do ser sentiu-se essencialmente deslocado no mundo, não podendo encontrar a perfeição épica do passado, que não, no encontro com a morte.