A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito vetor Aedes aegypti que infecta, a cada ano, aproximadamente 50 milhões de pessoas em mais de 100 países. No Brasil, a região Nordeste apresenta o maior número de casos, tendo registrado no período de 1986 a 2003 cerca de 48,3% das ocorrências do país. Atualmente o controle da dengue tem sido feito através da aplicação de organofosforados e reguladores de crescimento, porém o uso repetido desses compostos tem levado ao aparecimento de espécies de insetos resistentes, além de problemas ao meio ambiente e à saúde humana. Devido estes efeitos, pesquisadores têm buscado novas estruturas moleculares com potenciais atividades larvicidas, especialmente as oriundas da biomassa. Entre as plantas cultivadas no Nordeste brasileiro, o Cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma das espécies de maior significado na cultura e na economia regional. O caju é constituído basicamente do pseudofruto, o pedúnculo, e o fruto propriamente dito, a castanha de caju. Do processamento da castanha de caju obtém-se o LCC (Líquido da Casca da Castanha de Caju), um óleo escuro, viscoso e irritante. O LCC é uma das fontes mais ricas de lipídeos fenólicos de origem natural e seus principais constituintes são o cardol e o cardanol. Registros recentes na literatura têm reportado que o LCC, o cardanol e o cardol possuem excelente atividade larvicida contra o Aedes aegypti. A fim de valorizar a cultura do caju e minimizar os impactos ambientais provocados pelos atuais inseticidas utilizados, o presente trabalho propõe a síntese, caracterização e a avaliação da atividade larvicida frente às larvas do Aedes aegypti de um novo composto clorado derivado do cardanol hidrogenado. Esse composto, cuja síntese apresentou um rendimento de 70%, foi caracterizado através das técnicas de RMN de 1H e 13C e CG/EM. |