Resumos Aceitos pela PRPPG

XXIX Encontro de Iniciação Científica

A CONTROVÉRSIA ENTRE PRODUÇÃO DE BIODIESEL E PRODUÇÃO DE ALIMENTOS: O CASO DO CEARÁ

Área: Câmara de Meio Ambiente e Agrárias - Interdisciplinar
Orientador: Patricia Veronica Pinheiro Sales Lima
Autor Principal: Edmilson Rodrigues de Lima Junior
Co-Autores: Francisco Esmayle Alves de Tillesse
Apresentação: Oral   Dia: 21  Hora: 10:40  Sala: 11  Local: Didático do CC - Bloco:951, 1º andar
Identificação: 2.1.26.003
Resumo:
A produção de biodiesel é um tema incontestavelmente controverso. De um lado encontram-se aqueles que defendem este biocombustível como uma alternativa energética limpa, capaz de minimizar os impactos ambientais de outros combustíveis e gerar emprego e renda para os agricultores familiares. Do outro lado estão aqueles que acreditam que a produção das oleaginosas usadas como matéria-prima do biodiesel ocorrerá em substituição às culturas alimentares, diminuindo a oferta destas e aumentando os preços dos alimentos. Este artigo pretende fornecer uma contribuição ao debate e tem por objetivo analisar o comportamento da área plantada com mamona e outras culturas de subsistência no Ceará entre os anos 2006 a 2008. O período coincide com a implementação do Programa Biodiesel do Ceará o qual estimula a produção da mamona nos municípios cearenses. Os dados referentes à área plantada com mamona, arroz, feijão, mandioca e milho, foram extraídos da Produção Agrícola Municipal, publicada pelo IBGE. Para uma melhor visualização das mudanças espaciais no indicador analisado adotou-se um software de geoestatística. Os resultados mostraram que enquanto a área total destinada à produção de arroz, feijão, mandioca e milho aumentou 8,3%, a área destinada ao plantio da mamona cresceu 290,7%. Nos municípios que apresentaram as maiores taxas de crescimento na área plantada com mamona, Tejuçuoca (3.316,7%), Carnaubal (2.300,0%), Poranga (1.590,0%) e Canindé (1.341,2%) foram observadas taxas de crescimento na área com lavouras iguais a -3.7%, -0,5%, 0,7% e 54,2%, respectivamente. Estes resultados, embora não conclusivos, mostram que a expansão da área agrícola destinada à mamona foi bastante superior à área destinada às lavouras de subsistência analisadas. A persistência desta tendência poderá no médio e longo prazo afetar de forma mais sensível a produção de alimentos básicos.