Resumos Aceitos pela PRPPG

III Encontro de Pesquisa

REFLEXÕES SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA JUVENTUDE EM CONDIÇÕES DE POBREZA

Área: Ciências Humanas
Orientador: Veronica Morais Ximenes
Autor Principal: Elívia Camurça Cidade
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 20  Hora: 08:00  Sala: 17  Local: Física Bloco:924
Identificação: 2.2.05.092
Resumo:
O presente trabalho representa parte dos estudos empreendidos durante a realização do Mestrado em Psicologia da UFC. Consideramos que o termo juventude, embora utilizado desde o início do século XX (GONÇALVES, 2008; RAITZ, PETTERS,2008), apresenta para profissionais e pesquisadores de psicologia a necessidade de reconhecermos a existência de especificidades para a sua compreensão. Considera-se que o desenvolvimento humano deve ser abordado a partir do conjunto de dimensões sociais e econômicas que permitem focalizar as situações de segregação, exclusão e vulnerabilidade dos jovens. Neste estudo, objetiva-se apresentar uma discussão teórica sobre a constituição da juventude em condições de pobreza. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica para levantamento de dados e de temas relativos à juventude e pobreza. Observou-se que a diferenciação dos sujeitos em classes sociais se reflete em padrões de relacionamento social que estruturam seu cotidiano, influenciando seu processo de desenvolvimento humano (WAISELFISZ,2004) e psicológico (MARTÍN-BARÓ,1998). Em solo nordestino, no ano de 2009, estimava-se que 66,7% da população de crianças, adolescentes e jovens viviam em situação de pobreza ou miséria (AGÊNCIA BRASIL,2009). Para Góis(2003), a desigualdade e a opressão, oriundas desse contexto, afetam o indivíduo mesmo antes de seu nascimento ao submeter o feto a situações de fome e rejeição. A infância e adolescência se configurariam como preparação para inserção do indivíduo em um mundo marcado pela alienação, pela rigidez estrutural e hierárquica da sociedade(MARTÍN-BARÓ, 1998). Com isso, o indivíduo encontra as mais variadas alternativas, demonstrando seu potencial de (re)agir frente a condições adversas. A ideologia de submissão e resignação (GÓIS, 2008), o fatalismo (MARTÍN-BARÓ, 1998) e a identidade de oprimido e explorado(GÓIS,2008) representam algumas dessas alternativas encontradas pelos indivíduos.