| A elevada demanda de surfactantes no mercado vem ocasionando o interesse por biossurfactantes, que são surfactantes produzidos como parte extracelular ou na membrana celular por bactérias, fungos e leveduras, e que apresentam as mesmas características dos surfactantes químicos. Porém, apresentam a vantagem de serem biodegradáveis e eficientes em pH e temperaturas extremas além de baixa toxicidade. Essa classe de substância pode ser aplicada em vasto campo industrial, tendo como agente emulsificante uma das principais utilizações. Bacilus subtilis, isolado do Tanque de Tratamento de Esgoto do Campus do Pici, apresenta-se como um microorganismo satisfatório para produção de surfactina, devido à ausência de patogenicidade, permitindo sua utilização industrial. Este trabalho tem como objetivo o estudo cinético da produção de biossurfactante por Bacillus subtilis LAMI005 em meio mineral, visando a proposição e validação de um modelo matemático que represente o sistema. Inicialmente, buscou-se a classificação do tipo de metabólito produzido pelo microorganismo, primário ou secundário, através da comparação das velocidades específicas de crescimento, consumo de substrato e formação de produtos. Baseado nesta informação elaborou-se um modelo que se ajustou bem aos dados cinéticos de crescimento celular, consumo de substrato e formação de produto. Finalmente, avaliou-se a aplicação do biossurfactante produzido como emulsificante frente a hidrocarbonetos, óleos vegetais, biodiesel, óleo de motor e óleo proveniente da indústria petrolífera. Resultados mostraram produção de aproximadamente 300 mg.L-1 do biossurfactante com 72 horas de fermentação, o que causou a redução de 49,56 % na tensão superficial do meio fermentado livre de células. Observou-se ainda estabilidade na emulsão formada, principalmente em óleo de motor, que se manteve estável por mais de 200 horas de observação. |