| A transesterificação é a forma mais usual de produção de biodiesel, consistindo na reação de um álcool de baixo peso molecular (metanol ou etanol), com um óleo vegetal ou gordura animal. Catalisadores heterogêneos têm recebido atenção devido a possibilidade de a reação se processar em condições brandas a uma taxa aceitável e omitindo etapas de lavagem. O óleo de mamona é uma interessante matéria prima para a produção de biodiesel, por ser um óleo vegetal totalmente solúvel em álcoois, e de sua importância para a região Nordeste, apesar da sua elevada acidez e viscosidade. O intuito deste trabalho foi utilizar a dolomita como catalisador para a produção de biodiesel a partir do óleo de mamona, e investigar as variáveis que influenciam na conversão à biodiesel. A dolomita (CaMg(CO3)2), quando calcinada em altas temperaturas, decompõe os carbonatos e forma óxidos básicos. A dolomita foi calcinada e ativada a 800°C, antes de ser mistura ao etanol e em seguida ao óleo. As variáveis foram: razão molar etanol/óleo de 4,5; 7,5; 10,5; 15 e 21, e massa de catalisador de 1, 2 e 3%, temperatura de 60, 70 e 80°C com período fixo de 24h. A taxa de conversão a ésteres etílicos foi determinada por RMN-H. Os resultados apontam que a melhor conversão (61%) obtida foi na razão etanol/óleo 21:1, massa de catalisador 3,0% e temperatura de 70°C. Fato esse que pode ser explicado pela baixa reatividade do etanol. A alta acidez do óleo bruto (4,5 mgKOH/g) neutralizou parte dos sítios básicos do catalisador, necessitando de uma maior quantidade para aumentar a conversão da reação. Para uma otimização deste estudo, há a necessidade de se reduzir a acidez do óleo antes de realizar a reação. Como continuação deste trabalho, estudos estão sendo feitos utilizando a glicerina bruta para neutralizar a acidez do óleo de mamona bruto. |