Na primeira fase do Romantismo no Brasil, nossos poetas e prosadores buscavam, através da Literatura, romper o vínculo com a Pátria lusitana, isto é: procuravam no passado elementos da nacionalidade a fim de formularem uma identidade brasileira. Portanto, a descrição da natureza e o índio tornaram-se, nesse período, os principais componentes da chamada cor local, retratada nas obras da época. Influenciado por esse sentimento nacionalista indianista, o poeta Gonçalves de Magalhães escreveu um poema épico intitulado A Confederação dos Tamoios, que se baseava em um episódio de nossa História. Porém, tal obra gerou muitas discussões no meio intelectual, e o poeta foi alvo de diversas críticas, dentre as quais as do escritor José de Alencar. O presente trabalho tem como objetivo, portanto, identificar e apresentar o que caracterizaria nossa Literatura, na visão alencarina, através das cartas regidas acerca da obra de Magalhães, com base na leitura de José Aderaldo Castelo e Santiago Nunes Ribeiro. Assim, as referidas epístolas foram perscrutadas e delas foram extraídos os pontos mais pertinentes à investigação. Dessa forma, para o propósito desse artigo, será apresentada uma breve retomada do episódio histórico, o qual serviu de inspiração para o poeta Gonçalves de Magalhães; em seguida, discorreremos acerca do movimento literário, o Romantismo em sua primeira geração, no qual as referidas obras estão inseridas, depois adentraremos efetivamente em nossa discussão, identificando e apresentando a caracterização de nossa Literatura, conforme a visão de Alencar. |