Resumos Aceitos pela PRPPG

III Encontro de Pesquisa

MANOEL DE BARROS: METALINGUAGEM E INFÂNCIA

Área: Lingüística, Letras e Artes
Orientador: Fernanda Maria Abreu Coutinho
Autor Principal: Alan Bezerra Torres
Co-Autores:
Apresentação: Oral   Dia: 20  Hora: 16:40  Sala: 20  Local: Física Bloco:924
Identificação: 2.2.08.034
Resumo:
O objetivo do presente trabalho é estudar a relação que a metalinguagem e a infância possuem em Manoel de Barros, que vem se firmando como um explorador do mundo infantil por meio do exercício poético que situa sua obra na questão do ser criança. De várias maneiras, a aurora nela se manifesta, principalmente vinculada ao pantanal sulmatogrossense, lugar onde o autor passou os primeiros anos de vida. No entanto, um traço particular nos intriga: a metapoesia relacionada à infância, onde o ato de poetar torna-se um ato de brincar com palavras. Como possível resultado de nosso estudo, acreditamos que esse é um aspecto bastante importante para entendermos a obra do autor e sua forte ligação com o pantanal, uma vez que suas palavras, seus achados vêm do grau zero, das fontes, de uma linguagem mais próxima das coisas. E, através dessa busca, percebemos a forte veia metalinguística de Barros que procura “molecar o idioma” e faz do ato de poetar uma brincadeira: a poesia – para ele – “é a voz da infância”. A palavra “infante” vem de uma raiz que significa sem voz, sem código. Ora, é exatamente isso que Barros procura: a palavra em seu estado “coisal”, infantil. Enfim, essa expressão, essa matéria só é encontrada no Pantanal, o país da infância. Como aparato teórico principal, teremos o ensaio de Luiz Henriques Barbosa, estudioso do autor em questão: Palavras do Chão: um olhar sobre a linguagem adâmica em Manoel de Barros. Adâmico vem de Adão, que, em hebraico, significa homem, o qual foi feito de barro, segundo a Bíblia. E o barro que vai ser a matéria-prima desse homem, desse menino Manoel será um barro pantaneiro. Além disso, aproveitaremos alguns conceitos estabelecidos por Haroldo de Campos em seu estudo Metalinguagem. Importa salientar que esse aspecto é um recorte de nosso projeto de mestrado: Manoel de Barros e os espaços da infância. Agradecemos ao projeto CAPES-REUNI, órgão financiador da pesquisa.