| A anemia falciforme (AF) é a doença genética mais freqüente em nosso país. A compreensão dos mecanismos que levam ao estresse oxidativo no eritrócito normal tem esclarecido muito dos processos que levam à lesão e morte celular. A hidroxiuréia (HU) é a principal droga utilizada no tratamento da AF. O estudo teve como objetivo investigar o impacto do uso da HU e dos haplótipos, no perfil oxidativo, nos pacientes com AF. Foram analisadas amostras sanguíneas de 64 pacientes acompanhados no ambulatório de hematologia do Hospital Universitário Walter Cantídeo (HUWC). O perfil oxidativo foi determinado através das dosagens de nitrito (NO-2), malonaldeido (MDA), glutationa peroxidase (GPx), catalase (CAT) e glutationa total (GSH). A população estudada foi estratificada de acordo com o uso da HU em: GI > 01ano (n= 20), GII ? 01 ano (n=17), GIII grupo que não utilizou a medicação (n=27) e GIV indivíduos adultos normais (HbAA) (n=20), com idade variando de 19-61 anos. A concentração média da HbF foi de 15,1% no grupo GI; 8,85% no GII e de 8,7% no GIII. Quanto ao perfil oxidativo os níveis médios de NO-2 e MDA mostraram-se mais elevados no grupo GIII (2,88?M; 0,17nm), comparado aos grupos GI (2,23?M; 0,14nm), GII (2,17?M; 0,15nm) e GIV (0,53?M; 0,10nm). Em relação à concentração da média de GPx, CAT e GSH, verificou-se os seguintes valores para GI (1063,7U/ml;15817,6U/ml e 4,37pmol); GII (910,22U/ml;13324,12U/ml e 4,37pmol); GIII(790U/ml;11753,94U/ml e 3,65pmol) e GIV (10907,6U/ml e 1,54pmol). Não foi possível realizar a média de GPX no GIV e o estudo da correlação com os haplótipos. Os dados parciais demonstram uma diminuição do estresse oxidativo e um maior aumento nos níveis da HbF e das enzimas antioxidantes, entre os pacientes que fizeram uso da HU, porém não foi observado uma correlação do perfil oxidativo com o tempo de uso da medicação. |